domingo, 25 de março de 2018

​Fundamentos Apostólico e Profético


...edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular. Ef2:20

A igreja do Senhor Jesus Cristo, em sua origem, foi edificada pelos fundamentos dos primeiros apóstolos e profetas, tendo Cristo como o principal sustentador dessa edificação, cuja formação não era de tijolos ou cimentos, e sim de pessoas que figuradamente são chamadas de pedras vivas em Cristo e que são o Templo Vivo onde Deus quer se mover e habitar.

Enxergando por essa ótica espiritual, da mesma maneira que as pessoas eram figuradamente chamadas de pedras vivas e de templos vivos, assim também são tipologicamente chamadas de IGREJA DO SENHOR ou IGREJA DE CRISTO.

Portanto, quando citamos Igreja do Senhor, não estamos fazendo referência a um templo construído de tijolos e cimentos e sim a todos aqueles que transformaram suas vidas em um Templo Vivo onde Deus se move e habita.

Dizer que a igreja do Senhor foi edificada sobre os fundamentos dos apóstolos e profetas, remete-nos a entender que as primeiras pessoas a serem estabelecidas como igreja do Senhor, foram ensinadas por aqueles que receberam de Deus um comissionamento, um envio, uma autoridade, um direcionamento, um poder e um conhecimento sobre-excelente a respeito da vontade do Pai, e uma autorização para mover-se num nível maior de unção dentro do Reino de Deus.

Portanto foram ensinadas a moverem-se sem temor dentro daquela que era boa, perfeita e agradável vontade de Deus!

Esses fundamentos foram lançados pelos primeiros apóstolos e profetas que receberam de Deus a revelação dos modelos celestiais para implantar naqueles que seriam o Templo onde o Espírito Santo iria habitar.

Se a Igreja foi edificada com fundamentos apostólicos e proféticos, ou seja, ensinos e modelos enviados dos céus, de Deus, logo é uma igreja com estrutura, modelos e padrões celestiais, o que a torna, então, em uma Igreja Apostólica e Profética!

Sendo assim, é uma igreja que possui um nível de autoridade enviada dos céus para estabelecer os propósitos de Deus para o seu Reino.

Mentalidade Apostólica
Para entender sobre o apostólico e o profético, é necessário ter uma mentalidade apostólica.

Ter uma mentalidade apostólica é ter a consciência de que há um “envio”, um “comissionamento” ou uma “missão” dada por Deus a Sua Igreja.

É ter consciência de que há uma “unção” liberada pelo próprio Cristo, o Ungido, sobre a Igreja, como organismo vivo e não como organização.

É ter Consciência de que a Igreja está debaixo dessa “unção”, desse “envio”.

É ter a mente de Cristo. (1º Cor. Cap.2 vs.16).

O Senhor Jesus tinha uma mentalidade amplamente apostólica, pois reconhecia seu Envio, o seu Comissionamento dado pelo Pai.

Assim como o Pai me enviou... João cap.20 vs.21

Renovação e transformação da mente
“Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...” Romanos cap.12 vs.2.

Para ter essa mentalidade apostólica é necessário transformar-se pela renovação da mente, essa renovação removerá o “antigo”, o “velho”, os velhos pensamentos, os velhos conceitos, os velhos preconceitos e as velhas estruturas, removerá a paralisia e a estagnação espiritual para dar lugar ao Novo de Deus, a uma unção fresca dos céus. Essa renovação conduz o um nível maior da unção de Deus.

Essa renovação permite um conhecimento de coisas que não se entendia antes, pois quando a mente não passa por uma transformação e uma renovação, encontra-se cauterizada pelos dogmas, doutrinas e estruturas da religiosidade. Essa renovação abre o entendimento, tornando aqueles que passarem por esse processo, sensíveis para compreender os mistérios e revelações de Deus.

É justamente essa renovação da mente que trará uma transformação, uma mudança no modo de pensar e consequentemente no modo de agir, ocasionará numa troca de mentalidade religiosa para uma mentalidade apostólica.

Quando se fala nesse “renovar” da mente, pode-se entender que essa palavra representa dois pontos importantes:
  1. RE – Repetidamente
  2. NOVAR – Novo

Portanto, esse Renovar, é ter uma mentalidade que, sensível ao Espírito Santo, recebe repetidamente, constantemente, o Novo de Deus!

Desconectar-se da Religiosidade
Para de fato ter uma mentalidade apostólica é necessário desconectar-se de toda religiosidade que é imposta por homens, desconectar-se de todo dogma e doutrina que não tenha sido “enviada” por Deus e tão pouco representa sua vontade!

A religiosidade vista do ângulo dos dogmas, doutrinas, usos e costumes estabelecidos pelos próprios homens, ao invés de “religar o homem a Deus”, tem afastado o homem de Deus.

Pois tem dado uma “roupagem” para Deus a qual Ele Jamais teve, tem atribuído um “perfil” a Deus ao qual Ele jamais possuiu. Essa religiosidade gerou uma cegueira espiritual na Igreja de Jesus, geraram religiosos e não verdadeiros adoradores...

A religiosidade expressada dessa forma, também afastou os homens dos modelos e padrões divinos estabelecidos para a igreja através dos primeiros apóstolos e profetas. Essa religiosidade fez com que a Igreja, por causa dessa cegueira espiritual, se esqueceu dos fundamentos apostólicos, criando assim as suas próprias estruturas e modelos, mudando seu modelo original, o celestial, o apostólico para os seus modelos humanos.

Modelos inventados pelos religiosos a partir de uma falta de direcionamento e a partir de um sentimento de possessão de poder, pois se seus modelos eram estabelecidos, seus domínios também eram estabelecidos.

Essas estruturas foram concebidas a partir de uma mentalidade terrena e carnal. A imposição dessas estruturas religiosas, levou a Igreja a mergulhar num tempo de comodismo e estagnação espiritual, pois pelo fato de não mais enxergar e discernir as coisas espirituais, já não mais realizavam os propósitos que eram da vontade de Deus e assim também não podiam mais viver todos os sinais, prodígios e maravilhas que aconteciam nos primeiros anos da Igreja do Senhor Jesus sobre a terra, pois não se moviam mais com a autoridade apostólica que Deus havia concedido a sua igreja, e sim segundo as ordenanças humanas.

É necessário sair das estruturas criadas pelos homens, é preciso desligar-se de tudo o que é e procede da religiosidade, porque é justamente essa religiosidade que tem produzido essa cegueira espiritual, a qual não permite que as pessoas enxerguem quem de fato é Deus, a sua vontade, seu querer e seus propósitos para a sua Igreja e seu Reino.

Não permite que a Igreja cresça e caminhe em plenitude e excelência no Reino de Deus. A religiosidade marca as pessoas por um sentimento de conformismo, de comodismo e estagnação espiritual, removendo aos poucos o desejo da busca por mais de Deus e das coisas espirituais. A religiosidade também gera dentro da pessoas um sentimento fanático e descontrolado muitas vezes, fazendo-as pensar que estão no “centro da vontade de Deus”, fazendo ou deixando de fazer certas coisas que Deus em Sua palavra jamais ordenou ou proibiu de fato, gera um sentimento enganador.

A religiosidade paralisa a mentalidade das pessoas, não permitindo que avancem no conhecimento do Reino de Deus, além de produzir no homem essa cegueira espiritual, automaticamente escraviza-os debaixo de um julgo jamais estabelecido por Deus.

Quando uma pessoa se torna religiosa, ela fica focada em coisas que não vieram de Deus e assim aos poucos vão perdendo a consciência de sua missão, de seu envio, do seu chamado e dos propósitos de Deus.

Vão também perdendo o “sentimento” de um adorador, perde o foco de sua adoração, fica tão conectado com as coisas terrenas que irremediavelmente afasta-se das coisas espirituais, assim afastando-se literalmente de Deus!

Umas das principais características dos que se tornam religiosos, é que perdem o direcionamento de fazer as coisas de Deus e passam a querer mostrar-se para os “homens”, e não mais por Deus, criam uma aparência exterior para ocultar seu interior, criam vestimentas com características limpas para esconder a sujeira que há em seu interior, criam máscaras para esconder suas reais “feições”.

Exemplo disso, são os Fariseus da época que Jesus cita por muitas vezes, eles se julgavam ter o conhecimento de todas as coisas, que queriam por inúmeras vezes mostrar-se superiores, mais espirituais ou mais santos do que as outras pessoas, mas que não tinham de fato um conhecimento e a experiência com o Deus vivo, eram apenas religiosos, acomodados e estagnados em suas estruturas.

E foi por causa desta religiosidade que a consciência apostólica e profética foi removida do seio da igreja.

A religiosidade cegou a mentalidade de muitos escolhidos fazendo que, com o passar do tempo, houvesse essa perda de grande e imprescindível significância que é o “entendimento do apostólico e do profético”, sucumbindo assim os dons e ofícios de apóstolos e profetas na história da Igreja.

Edificou-se na mentalidade da Igreja uma “fortaleza”, e essa fortaleza impede de que ela volte a pensar como uma igreja de autoridade Apostólica e Profética, impede de que o poder de Deus se manifeste através dela, porque tem sua sensibilidade espiritual inativa e presa dentro dessa “fortaleza”.

Apenas a unção apostólica em seu mais alto nível de guerra espiritual pode destruir toda fortaleza que tem deixado a Igreja presa, impedindo-a de receber o Vinho Novo de Deus.

É preciso romper essas fortalezas para mover-se no apostólico e profético.

Rompendo as Fortalezas
“Porque as armas de nossa milícia não são carnais, mais sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas”. 2º Cor. Cap.10 vs.4.

A religiosidade constrói estruturas na mentalidade das pessoas e essas estruturas podem ser vistas como grandes fortalezas.

A palavra fortaleza vem do grego “Ochuruma” e tem o significado de um Forte, um Castelo ou um Palácio fortificado. Um lugar extremamente fechado e protegido.

Essas fortalezas nas mentes das pessoas representam ideias, conceitos, imaginações, opiniões, raciocínios ou pensamentos lógicos, verdadeiros sofismas, ou seja, uma filosofia estruturada, conotando de fato o entendimento de uma mente fechada.

Essas fortalezas são opositor a tudo o que é a vontade de Deus, é uma verdadeira resistência ao conhecimento de Deus, impedindo assim o acesso das revelações da palavra de Deus, do novo de Deus nas mentes.

As pessoas que tem uma fortaleza mental desenvolvem um bloqueio na mente, o que não lhes permitem entender a palavra e as revelações de Deus e nem permite ter vontade para tal e resistem às mudanças porque lhes parece uma ameaça aos seus conceitos estruturados.

A formação dessas fortalezas impede de que Deus estabeleça suas vontades e suas verdades acerca do apostólico e profético. Para que haja o rompimento da mesma, é necessário destruir na mente tais fortalezas, para que as pessoas possam receber e passar a mover-se no apostólico e no profético, dentro dos modelos celestiais.

Como destruir estas fortalezas?
O rompimento e destruição dessas fortalezas ocorrerão através de uma guerra espiritual e essa guerra é apostólica.

Podemos ver claramente nas palavras do apóstolo Paulo em 2º Coríntios Cap.10 vs.4 (ler). O apóstolo Paulo defendendo sua autoridade apostólica, declarou que ainda que estivesse andando em carne, em suas milícias, ou seja, em suas lutas e guerras não usava armas carnais e sim armas que, em seu ministério apostólico, eram poderosas em Deus para destruir toda fortaleza e tudo o que se levantava contra o conhecimento de Deus.

A palavra milícia no grego é “Strateia”, e significa: Carreira, serviço militar ou apostolado. Logo, suas armas eram apostólicas.

Portanto, pode-se dizer que a luta, a guerra ou a milícia a ser travada pelo povo de Deus não é só contra principados e potestades, mas também contra estas fortalezas mentais, podendo destruí-las com as armas apostólicas, ou seja, revelações da verdade de Deus em Sua palavra.

A maneira mais eficaz para se destruir essas fortalezas é pela pregação da palavra de Deus genuinamente vinda dos céus, em sua mais plena revelação de sentido e propósito. Junto a pregação da palavra de Deus é indispensável uma oração conscientemente direcionada a cumprir o propósito pelo qual se está guerreando. Jejuns, consagrações e atos proféticos também são armas apostólicas aplicáveis e eficazes junto ao estabelecimento da palavra de Deus, desde que tenham sido realmente um direcionamento dos céus, enviado e guiado pelo Espírito Santo.

O rompimento ou a destruição dessas fortalezas permitirão que as pessoas tenham mentes renovadas e transformadas, assim abertas para receber e se mover debaixo dessa autoridade apostólica. Da palavra grega “Strateia” provém o termo “Strateunomai”, que quer dizer servir em uma companhia militar ou exercer o apostolado.

Concluo então, que a igreja do Senhor que teve as fortalezas mentais rompidas, ao estar em contínua renovação da mente, com o novo de Deus, poderá exercer sua autoridade apostólica.

A mentalidade de uma igreja religiosa está conectada às coisas terrenas e carnais.
A mentalidade de uma igreja apostólica está conectada às coisas celestiais e espirituais.
Está conectada ao Reino de Deus.